Entre e fique a vontade!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Frágil e delicada encanta os olhos de todos os vizinhos.
A família se orgulha da recém-formada e licenciada educadora.
Bonita e atraente sempre soube do seu potencial, bastou umazinha com o professor de antropologia e nunca mais deixou de praticar e lucrar com isso.
Sai às 7 da manhã com a presa da professora dedicada que é, ensina cada dia uma nova lição, todas as disciplinas, inclusive línguas.
Ônibus, trânsito... Alívio na parada 27, quem será o aluno de hoje?
Toca o celular, a voz avisa: na esquina, carro vermelho.
Solta os cabelos, abre um botão da blusa, passa batom, confere o perfume, e de livros na mão embarca em mais uma manhã de duro trabalho.
Cobra por hora/aula. Fim do mês, grana boa, salário digno de suas lições.

(Nunca Fui Santa)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

OBRA DE FRICÇÃO


Gosto de homens
que têm buceta imaginária.
daquelas bem colocadas
na coxa esquerda.

Gosto de homens
aventureiros da carne e do osso
daqueles que vibram
com o encontro das nossas bucetas.

Esses homens incomuns sabem,
no relincho do segundo,
no piscar do silêncio,
que eu explodo blasfêmias
com a voracidade vulcânica.

Esses raros homens sentem,
no calor da obra friccional,
que na dessemelhança
da minha realidade
nada é mera coincidência:
primeiro, o diálogo de bucetas.
Depois, a penetração por trás. 

(Daniela Galdino)


Onde piso


·        
Não tenho mais chão
Meu mundo, onde eu piso
Respiro
Vivo
Não o tenho mais e nem desejo aquele chão
Chão onde meus pés absorveram
Tristeza
Traição
Mágoa
É assim que sempre lembro dele
Chão que absorve
Amores
Sonhos
Ilusões
Hoje eu me recupero
Pisando no mesmo chão,
que é meu.

Madame Ivete