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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Madame Ivete

Nativa da América Tropical, ardente como as mulheres de Nelson Rodrigues, travessa como as de Jorge Amado e amada como as de Vinícius, é  assim que sou.
 Faço da minha cama o meu quadro, onde retrato o arrepio da minha pele enquanto é acariciada e desejada por aqueles que querem o amor proibido, sincero, mentiroso, casual, ardente, vermelho, amoroso, menos permanente e por aqueles que querem encontrar em meus braços picantes a poesia de seus desejos mais fálicos.
Amores ardentes são os que mais gosto, sem esperar a próxima vez, como se aquele momento fosse o único, esperado pelas curvas do meu corpo, com o frio de prazer que sinto em meu ventre e com a ardência dos seus beijos na minha pele.
É assim que sou: versos, votos de amor e nomes feios.

Soneto da devoção

Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.


Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.


Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.


Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez... — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!

(Vinícius de Moraes)

Sou Madame Ivete,
muito prazer!

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